segunda-feira, 16 de junho de 2008

Concertos Carnais

Andemos atraídos pela energia hermética inerente,
A libido, o diabo, o que for!
Que seja por ódio ou amor
Que seja selvagem como um trovão
Que seja sempre e sempre mais!

A carne arde na noite fria,
Dois corpos ressoando em harmonia
Num ritmo de louca orgia
O odor deliciosamente infernal contaminando a narina
Caricias bruscas que machucam e dão prazer
Buscando penitencia nos braços de outro ser
Buscando 8 segundos de paraíso

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Ao amigo Fernando (Manfredini)

domingo, 15 de junho de 2008

Mar de Gente

Ter um rosto igual, passar por tantos outros
Todos tão iguais, aqui, ali em toda parte
Pulsam mentes, corre sangue
Milhões de resquicios, pensamentos perdidos
Milhões de olhares de todas as cores
Olhos cinza, sem uma história
Simplesmente lançados ao vazio
Milhões de palavras, gritos mudos
Uma sinfonia de vozes perdidas
E eu vago
Com meu rosto tão igual, entre tantos outros
Todos tão iguais, com meus olhos cinza
Com meus olhos de todas as cores
Com meu sangue pulsante
Independente de tantos outros corações
E meus pensamentos presos nesse vão
Neste atelie de vida, este organismo em chamas
Alheio a tudo, Alheio a todos
Tão soberano quanto o estranho que cruza meu caminho
Vago em silencio
Neste mar de luz

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Este poema escrevi durante o tempo em que cursei a ulbra... dias de isolamento

Alma

Olhando Através de um caleidoscópio
De idéias quebradas
Só o que se vê são ideais
A verdade da essência dorme
Poucos a vêem no tempo de uma vida
Sabei porem que a arte é o martelo
Que destrói as cenas e as mascaras
Deixando aberta a alma à nua visão
Há quem chore no escuro
E há quem ria da solidão
Mas não...
Não há quem não a veja.
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Ao amigo Guilherme Ervella (Sancho)

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Poema Vadio

Viver é um vício, largar é difícil
Transas etílicas sempre foram parte de mim
e parte dos outros
Nada como uma Foda ética, sexo verbal
A La Platão, Amor transcendental
Sem corpos vibrando
Nem suor nem sangue pulsando
Só o vinho amargo pra contrastar com o incenso
Cenas sobrepostas
Um filme de silêncios
musical Púrpura
Uma história de amores Vadios
Cheios, Ocos, Amor por Amor enfim.
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A Amiga e Mentora Vanusa

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A Dança

Dai-me de beber
Já não aguento essa sede
Sou teu leal carrasco
E administro os venenos
Hora a hora, para que tua podridão
Seja serena e silenciosa
Como o tempo que passa
Deixando Rugas e Flores
Sem métrica ou piedade
Lavrando de cicatrizes minha carcaça
Dai-me de beber
Por Deus só um gole peço
E cruel você me nega
Como quem diz não a uma criança
E depois me banha nas águas do teu intimo
Me deixando novamente esperança
Dança cruel, pois não termina
Há sempre um passo sustenido
Aguardando sua Chance
E eu tolo que sou, Danço.
...

Ao amigo José Kunz

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Poesia Canibal

Você é o que você come
Carne sangue e ossos
Pedaços de bixos mortos
Uma mesa repleta de Corpos
Vamos a caça
Saciar nossa fome morbida
Veja, ainda esta fresco
Quase pulsante
E nas mesas fartas dos necrotérios
a mesma carne
Pensamento aberrante
Faz do homem mais que homem
Um Deus Da Sangria
Predador e presa
Escravo de si
Homem errante nunca desperta
Preso em um mundo de idéias
(Os grilhoes da certeza)
Plantemos corpos
Pra que nossos filhos
Não tenham de comer seus mortos

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terça-feira, 10 de junho de 2008

Roda Gigante

Tudo gira em cores desbotadas
De séculos e idéias passadas
Tudo gira aqui dentro
E me divirto
Com os Efeitos desse Louco Veneno
Que me leva de mim
Me faz ausente
Alheio as luzes
Volitando solitario
Entre lírios Recem floridos
Me faz dormente
Ignorante do presente
E aqui dentro só o que me preocupa
É saber onde encosto meu pescoço
Giram luzes, mil flores desbotadas
Gira o céu, enxota-me a terra
Giro eu pra além de qualquer lugar conhecido
Só, girando demente
Entre os lírios recem floridos
Do meu sonho inerte
...
Ao amigo Jhonnie Walker. XD

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O Niilista

Eu sou uma pessoa simples
Procuro não complicar as coisas
A lucidez, pra mim é um estado transitório
E sem dúvidas necessário
Mas quem disser que nunca quis ter o poder
De abstrair a própria existencia
E flanar como um relampago num céu de prata
Estará certamente mentindo
Estou aqui, existo e penso e sinto
E tudo o que eu queria era férias disso tudo
Minha existencia não muda muita coisa
Não vou (e nem pretendo) mudar o mundo
Meus dias são vazios
O mais próximo que já cheguei da felicidade
É ter certeza de que para as pessoas que me são caras
Eu sou uma figura confortante
Houveram épocas em que fui mais intenso
Que causava inveja
Ódio em alguns, paixão em outros
Tinha ideais inabalaveis
Crenças misticas profundas e Liturgicas
Amigos etérnos, e amores pré-destinados
Mas o tempo passa A inocencia se vai esgoto abaixo
A duras penas aprendi que, nenhum ideal é o melhor ideal
Que a fé, é um meio de escapar a morte,
Há quem faça planos para uma vida póstuma,
E esquece de viver a vida bruta
Aprendi que contra a força não há argumentos
Que os amigos não vão estar ali pra sempre
Que o amor é só uma forma diferente de egoísmo
E que o destino não passa de conformismo disfarçado
Me tornei vazio, puro e constante
E me senti satisfeito
Pois vivia um dia de cada vez
Sem longos planos, pois estes não raro caem por água
Sem sentido ou motivo, assim como a existencia em si
Mas tanto tempo nessa clausura serena
Esta me levando ao desespero
Se não tenho motivo
Minha existencia é um paradoxo
Existo inerte
Decidi então procurar novos horizontes
Novas verdades
Mas o niilismo invencivel não permite que eu creia
E sem fé não há expectativa
Sem expectativa não há desilusão
Sem desilusão não há dor
Sem dor... não há nada...
Só o conhecimento liberta
E o conhecimento porém me aprisiona
Não anseio a morte
E nem tampouco uma vida longa
Sou escravo dos meus vicios
E escravo da minha mente
Tento desesperadamente recuperar minha alma
Achei que estava perdida com minha inocencia
Mas ela se perdeu em algum outro lugar
E eu já não tenho mais o que dizer
Não tenho mais significado
A pouco tempo atrás
Pensei ter encontrado a resposta
Me iludi por tempo suficiente
Enquanto meu coração pulsava e me dava um motivo
Mas sem que eu esperace... ele começou a ficar mais lento
E mais lento, até que parou novamente
Me devolvendo a razão e a clareza
Não me arrependo de nada
E prometo repetir o mesmo erro no futuro
É inebriante a paixão
É uma droga
Um veneno
Um remédio
...

Ao amigo Gustavo