sábado, 2 de agosto de 2008

Silencio dos Malditos

Pesada, Constante Solidão
Imerso em uma rotina Qualquer
Sem Sombra de um Anjo Sequer
Sorvendo Hora a hora de meus dias Vãos
-
E isto de ser distante
Não é dor que se sinta aos gritos
O Silencio, Anatema dos Malditos
Não a deixa Transparecer por nem um instante
-
Submerso em Vicios Vulgares
Ja nem Sentindo benção ou Balsamo
Sonhando com Outros Lugares
-
Prisioneiro de Castas eleitas
Mais que Seculares
Eterno Refem d'um tabuleiro de contas perfeitas
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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Sonho Morto

Sonho com um dia de Sol
Num Lugar distante que nem Conheço
Triste um sonho ser fim, e não começo
Sonho com um distante dia de Sol
-
Em meu Sonho Sou ainda menino
Não tenho muito nem pouco
A um tempo Sou Astuto e Maroto
Liberto e Libertino

E o Concreto disso tudo
É um plano decizivo
Que se edifica num futuro Mudo
-
Mas ai então serei Já adulto
Meu sonho Hábita o presente
E com ele, morro eu Junto
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sexta-feira, 4 de julho de 2008

A Arca dos Poetas

Precisamos de poetas
De poetas com urgencia
Poetas Ungidos em sangue
Com linguas ferinas e olhos dementes
Precisamos de poetas
Pra curar Essa doença
Doutores das palavras
Assassinos da indiferença
Precisamos de poetas
Sem cor, casta ou crença
Poetas limpos e cheios de devaneios
Precisamos sufocar essa apatia sufocante
Comer quem nos devora
Levantar um estandarte maluco
Cheio de frases sem nexo
E desenhos absurdos
Precisamos de poetas
Tristes, loucos, confusos e humanos
Reviver um poeta morto uma vez ao ano
Dançar sobre suas tumbas danças primais
Cantar em torno das mesmas fogueiras
Reascender o fogo primevo da juventude
Nossos sorrisos elétricos,
Nossas almas de metal
Dançando no escuro
No Jardim oculto dos sonhos despertos
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quinta-feira, 3 de julho de 2008

Wide World Web

Um Cinzeiro cheio de idéias
Um café forte, quente, queimando
A hora, já deixa mistos o ontem e o hoje
Um deserto cheio de palavras luminosas
Me conecta ao mundo la fora
Não há ninguém ali,
Vago pelos outdoors que imploram
Um pedaço da minha alma
Vou a mil lugares
E escapo a mim mesmo
Mas permaneço aqui calado
Estático, anestesiado
Permaneço simplesmente
Até o raiar do astro igneo penitente
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Ao amigão Yuro-kun (neeeerd :B)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

A Era de Aquario

Terminou-se a era de Aquario
Nossas almas lívidas dormem
Num abismo de convenções
Onde foram os jovens de pés descalços
E flores nas mãos?
Não é preciso sangrar pra se sentir mais humano
Cada um tem seu jeito de sentir dor
Quando a solidão já é velha amiga
E a liberdade Aprisiona
Não há pra onde correr
Os campos libertos, são agora Selvas de pedra e aço
Não importa quanto tempo ainda temos
Toda paixão carrega um pouco de ódio
E em meu âmago pulsante
Nada resta, o silencio adonou-se
É meu senhor, e com ele converso
E rio, e choro, e sangro
E sonho, com um passado
Cheio de Flores e canções
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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Negro Amor

Que nas noites encontres descanso
Na ventania lúgubre da partida
Nas sombras dançantes de teu beco sem saída
Que encontres descanso

Eu provarei a pureza, no azul do céu
E provarei de pólvora e estrume no sangue de meu rival
E provarei no vento a liberdade
Inatingível, surreal
Como o amor, um sonho fantástico
Uma idéia Irreal

Na maquilagem de teu rosto, vejo falhas
Vejo a idade de um ancião
Na sabia moldura trincada
No som de teus passos
Na tua respiração
Lá esta, dormente aquela nota esquecida
Aquele acorde dissonante
Aquela discórdia paralítica
Aquele ódio maturado nos mais tradicionais barris

E nesta festa, somos páreas,
Abutres mendigando indiferença
Anjos escuros, sem pátria nem crença
Meninos perdidos
Hienas

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Á primeira pessoa que significou algo pra mim :)

domingo, 29 de junho de 2008

Louca Sinfonia do Inverno

As ruas, molhadas da garoa ainda caindo
Me enchiam de um romantismo surreal
Caminhei saudando os ventos do inverno
O frio passava por minhas mãos intangivel
Ardendo deliciosamente como se me queimasse a carne
O Cigarro me descia rasgando a garganta,
Devia ser o milesimo, desde que acordara
A fumaça misturava-se a névoa de minha respiração
Andei, soturno encarando quem por mim passava

As ruas, Molhadas da garoa ainda caindo
Tinham um odor que não sei bem descrever
Era o cheiro da mais pura cocaina
Ainda fina como açúcar
E era simplesmente meu corpo
Pedindo mais uma dose
De qualquer remédio pra curar o dia
E a liberdade já ia longe...
E a leveza se foi com ela...
Enquanto Imergia em um poço de angustia calada

As Ruas molhadas da garoa ainda caindo
Continham meus gritos, em cada pedra
Cada Grão de areia
Meus gritos ecoavam
No infinito abismo da minha alma escura

Silencio...
Quebrado somente por meus passos
Andava só, pelas ruas, molhadas da garoa ainda caindo
Sobre meus ombros pesados.

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Livros

Sei demais, Nada sei
Sou Sócrates, As vezes Platão
E fico negando ser tão Humano
E fico triste por tanto saber
E fico triste por saber tão pouco
Sou Rimbaud, ou talvez seja humano demasiado humano
E sinto, Sinto muito
Sou um alfa?... Um Gama?... Beta?!
Vou comer uma salada de Livros, Sabor Sofia
Ou vomitar essa merda toda que me Sufoca
E que me faz tão nobre, hipócrita e Pobre
Tão Deliciosamente Humano

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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Silencio

Silencio, O mais Absoluto silencio
Faça silencio com as palavras
Com os gestos, os olhares
A espreita, alguém observa tuas falhas

Silencio, doce silencio...
Soberano! Impera a noite,
Devora os lares
Só Quem escuta o silencio
Sabe quanto o silencio valhe

Um mar de silencio,
Cortante como navalha
Ofereço a ti meu silencio
E mais nada

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A Um certo alguém :)

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sagitário

Tenho um aparato
Guardado seguro atrás dos meus olhos fundos
É um instrumento de tortura
O mais vil e abstrato
Ele encanta e captura
É muito sofisticado
Tem mil e uma utilidades
Pode me levar embora
Ou congelar o dia
Como um retrato
Porém esta maravilhosa
Máquina de fazer estragos
Custa caro, Muito caro
E não é de dinheiro que falo
Falo de algo Velado
Que ninguém sabe que possui
Mas que quando se vai
Deixa um abismo no lugar
Este artefato idealizado
É uma mente cheia de prognosticos exatos
Medidos e Calculados
E o preço é maior que a vida
Quanto valhe a vida
De quem tem no peito um buraco?

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terça-feira, 24 de junho de 2008

Poetisa do Abismo

Um feitiço, palavras-abismo
Abrindo as portas de um quarto escondido
Dentro da sua cabeça
Você já sabia, estava dormente, Mas ainda vivo
Ela enxerga e cativa a falha mais fulgaz
Aquela que se guarda em silencio
O Ponto cego, calcanhar daquele cara grego
Não é um insulto, é um buraco
No final a gente se apaixona pelos defeitos
O Engraçado é quando a droga surte efeito
Aos poucos vai se perdendo o chão
Ela não conhece essa lucidez de que tanto se fala
Isso é balela, coisa inventada
Ficar louco faz parte da viagem
Um feitiço, palavras-abismo
Um soneto qualquer, nem precisa rimar
O importante é mexer
Fuçar nessa fenda enxague em sangue
Enquando ainda se pode sentir algo
Depois ela morre, a gente esquece um pouco
Mas continua ali, você sabe, ela percebe
Captando qualquer pedaço de poesia
Bebe uma garrafa inteira de lirismos modernos
Achando o elo perdido num desastre organizado
É o fantasma da bruxa
É o Caos personificado
Numa estranha melodia distorcida
Não há quem possa medir, apenas sentir
E no final nem bem importa o começo
Ou sequer os meios
Quando o grito ecoa, sempre há quem ouça
Solidão não é defeito
Nem tampouco paixão
É um pedaço da gente
Ficar louco faz parte da viagem
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Á amiga e fantástica poetisa Juliana

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Soleil

Mais uma noite em claro
Meu rumo deve estar em algum lugar
Perdido entre as linhas emaranhadas do passado
Um dia encontro, jogado no fundo de alguma gaveta empoeirada
Enquanto isso me perco por caminhos Dubios
Tresloucado numa busca empírica por algo
Que transcenda a dureza do inevitavel
Alguma cura pra minha falta de fé
Um remédio para meu niilismo patológico,
Hereditario, Crônico, voraz, Sanguinario
Ao menos tenho a ti
Um amor inventado
De palavras poucas e olhares calados
E me pego rindo sozinho
No meio da madrugada
Sem café ou cigarros
"É perfeitamente compreensivel"
Se fosse nem seria necessario
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Ode ao Absurdo

Tenho tudo organizado
Rotulado, Lacrado, Enumerado, Emoldurado
21 gramas Libertas
Flutuando pelos cantos escuros
Do meu quarto abandonado
Tenho uma bandeira
Um signo sob o qual nos unimos
A Lua brilha, a chuva cai mansa
E tudo esta no lugar onde deveria estar
Não devemos Mexer, Manchar, Macular
Não devemos mudar
O Risco é a felicidade
Lançada ao abismo
Rogo, Não se deixem domesticar
Queimarei tudo
As fotos, os fatos
Lavaremos juntos os pratos
Num fim de noite cansado
Um cansaço gordo
Como um riso ou abraço
E queimaremos tudo
A casa, As fotos, Os fatos
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sábado, 21 de junho de 2008

O Poeta

A rima não domina o poeta
Tão pouco o bom poeta domina a rima
Pois a alma é nota dissonante...
Pois a alma é conta inexata...
Pois a alma é retrato abstrato...
Pois o bom poeta leva a alma no tinteiro
O bom poeta tem a alma na ponta da caneta.
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sexta-feira, 20 de junho de 2008

Cognhaque

Meu sangue é destilado, como álcool ou veneno
Corre nas minhas entranhas como ácido
Corrói o que há por dentro
Escapa de minha boca áspero
Em forma de palavras
Nas noites sós me lembra aos gritos
De todo esse tempo perdido
Buscando fardas e hinos de todas as tribos
Nos dias quentes me mata devagar
Me faz uivar de desejo pela lua
Pelos prazeres da noite
E do silencio fazer meu discurso
E da solidão fazer meu cortejo
E do fascínio fazer minha arma
Meu martelo de quebrar almas
Da Retidão fazemos troça!
Da rebeldia nosso lema
Sejamos crianças até o raiar do dia
Meninos problema
Atirados nos guetos do lado escuro da vida
Sejamos felizes
mas só até o raiar do dia

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...Jo Tengo Tantos Hermanos Que no los Puedo Contar...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A Cura

Lixo, Pó e Cinzas
Asquerozo, deita-se sobre uma cama florida de espinhos
Lavra a própria pele sorrindo
Salta e se larga suicida ao chão
Com um riso Inclemente
Implora atenção
Banhado no próprio sangue ignoto
Senta-se a um canto, só
E murmura pesos pra fora da alma
Rezando por um olhar esquivo
Que reconheça sua dor em silencio
Bebe vodka Pura
Devora os filtros vermelhos dos cigarros caros
Escreve a noite poesias impiedosas
Irracivel, Insone
Mastiga as aranhas que povoam
Os marcos enegrecidos dos armarios
A um tempo, é Idolo e Idólatra,
Vital e Suicida, Culto e estúpido,
Criança e Adulto,
Lançado só a penuria do mundo
Ai de mim, rumo a um futuro de Lirismos escuros
Uma orquestra de erros, um soneto de fugas
Uma Tragédia de Lixo, Pó e Cinzas
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quarta-feira, 18 de junho de 2008

Canção da Inocencia

I
Voa Rebento, Filho ilegítimo dos quatro Ventos
Voa para além dos reinos do Pensamento
No encantador Vale da Memória, Encontra Alento
Voa Rebento, Deixa tuas lagrimas na Rua
Deixa tuas lagrimas em Casa
Pai e Filho, Nasceste póstumo
Teu rumo, a ti não pertence
O ventre Gentil (outrora tua morada)
Agora Invoca Asco que tal Sem par
Deita as pernas de tua Rival, Mente tuas angustias
Mas o que por hora te aperta o peito infantil?
Um Segredo que pertence ao mundo, Já não mais segredo
Ser duas vezes melhor cabe ao diferente
E se Não pudesses, Devorariam-te
Protege-te do Porvir
Esconde-te das Quimeras que rondam o Âmago de teu ser
Tua Alma Juvenil

II
Se Selvagem (arisco)
Mata no sangue tua sede
Fazei da vergonha tua arma
Fazei do ódio teu Irmão
Da Solidão teu escudo E da indiferença teu licor
Tenha-os sempre a teu lado
Fazei deles teus anjos sagrados
Esquece-te da Luz do teu sorriso
Apaga os Sonhos em teus olhos
Ao amor Um escarro

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A meus pais

terça-feira, 17 de junho de 2008

Avesso

Não sou o classico apaixonado
Não passo horas pensando em você
Ou falo seu nome baixinho
Não faço questão que seja só meu
Não faço questão de ser só teu
Não choro quando acho
Que esta tudo desmoronando
Nem quando me corta com palavras frias
...
Não sou o classico apaixonado
Não fico cego a ponto de andar em circulos
Não escolhi um filme e uma música
Pro nosso romance
Não ascendi velas ou insenços
Não fiz promessas etérnas
Nem disse o quanto te amava
...
Não sou o classico apaixonado
E nem nunca serei
Você é como o personagem de um filme
Que eu sempre gostei
Teu sorriso sempre vai estar lá
Quando eu fechar os olhos a noite
Mesmo que não te veja mais
Que não te sinta mais
Que não te ame mais
Será sempre o Herói fantástico ideal
Cheio de subterfugios e segredos
Mesmo que não seja verdade
...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Concertos Carnais

Andemos atraídos pela energia hermética inerente,
A libido, o diabo, o que for!
Que seja por ódio ou amor
Que seja selvagem como um trovão
Que seja sempre e sempre mais!

A carne arde na noite fria,
Dois corpos ressoando em harmonia
Num ritmo de louca orgia
O odor deliciosamente infernal contaminando a narina
Caricias bruscas que machucam e dão prazer
Buscando penitencia nos braços de outro ser
Buscando 8 segundos de paraíso

...
Ao amigo Fernando (Manfredini)

domingo, 15 de junho de 2008

Mar de Gente

Ter um rosto igual, passar por tantos outros
Todos tão iguais, aqui, ali em toda parte
Pulsam mentes, corre sangue
Milhões de resquicios, pensamentos perdidos
Milhões de olhares de todas as cores
Olhos cinza, sem uma história
Simplesmente lançados ao vazio
Milhões de palavras, gritos mudos
Uma sinfonia de vozes perdidas
E eu vago
Com meu rosto tão igual, entre tantos outros
Todos tão iguais, com meus olhos cinza
Com meus olhos de todas as cores
Com meu sangue pulsante
Independente de tantos outros corações
E meus pensamentos presos nesse vão
Neste atelie de vida, este organismo em chamas
Alheio a tudo, Alheio a todos
Tão soberano quanto o estranho que cruza meu caminho
Vago em silencio
Neste mar de luz

...

Este poema escrevi durante o tempo em que cursei a ulbra... dias de isolamento