terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Paranóias domésticas (crônica)

100% dos acidentes domésticos acontecem dentro de casa, motivo para preocupação, obviamente, já que nos tempos modernos temos como costume morar em casas e passar grande parte do dia e da noite sentados sobre uma bomba relógio.
Claro que não paro pra pensar nisso o tempo todo, mas há coisas que por vezes me assombram os pensamentos e me roubam o sono, quando discorro sobre suas utilidades práticas e seus benefícios e peso-os contra seus inconvenientes e perigos imediatos.
Regularmente uma pessoa de saúde mental estável sente-se segura dentro de casa.
Aí é que ela se engana! Pois é necessariamente neste tipo de recinto e desse tipo de espírito ingênuo que se aproveitam estes embosqueiros assassinos.
A casa moderna esta abarrotado de armas mortais, portanto devemos estar sempre alertas. Na rua, por exemplo, corremos risco de ser assaltados, insultados dentre outras catástrofes cotidianas, porém não se corre tanto risco de ser eletrocutado queimado, esfolado, enfim, vilipendiado de qualquer forma terrível.
Claro que, dentro de nossas casas estamos a salvo de vagabundos, viciados e pessoas agressivas (via de regra), mas o que me preocupa afinal são, por exemplo, as arvores de natal... Sim estas aparentemente inofensivas decorações da data cristã são na verdade ARMAS MORTAIS, prontas a eletrocutar uma pessoa a qualquer segundo sem ao menos sentir remorso ou vergonha de tamanha vilania gratuita.
Aquelas luzinhas piscantes letalmente eletrificadas por uma corrente de 110 a 220 V não servem a qualquer propósito a não ser o de eletrocutar uma criança curiosa (me deixa ligar pai) ou um descuidado chefe de família que por ventura tenha problemas em fazê-las funcionar (considero funcionar uma palavra estranhíssima de se aplicar nesse caso, pois as mesmas não possuem qualquer utilidade).
Claro que estas representam um perigo ínfimo, por fazerem-se presentes somente no mês de dezembro perto da data comemorativa, se comparadas a outras armas mortais como: ferros de passar quentíssimos, chuveiros ELÉTRICOS, microondas com sua radioatividade invisível e geladeiras com suas repentinas crises de mau-funcionamento. E olhem que ainda nem falei dos fogões... Os famigerados cuspidores de chamas que por sua vez já asfixiaram famílias inteiras com seu invisível e sórdido combustível. Repito: FAMILIAS INTEIRAS! E não se trata de paranóia, é uma questão seriíssima. O que aconteceria se por ventura seu chuveiro de uma noite para outra (como estas ratoeiras de homens tem o hábito de fazer) decidisse apresentar um mau-funcionamento na sua simplista estrutura de aquecimento de água movida a eletricidade? (água mais eletricidade, combinação que certamente foi pensada por algum gênio malvado) quem saberia? Permaneceria um silencio funesto até que o primeiro azarado sofresse a influencia cruel e irremediável não do destino, mas sim do chuveiro. Sendo assassinado pela fulminante descarga elétrica sem nem saber o que se passou. Ou quem sabe um idoso que não conheça o correto funcionamento de um aparelho de microondas. Aquecendo metais na máquina radioativa.
Projetando toda aquela irradiação poderosa contra o aparelho e facilmente provocando um incêndio de proporções abissais! Que me dirão da empregada que esquece o quentíssimo ferro ligado sobre o veludo ou pano e causa da mesma maneira um incêndio? E da dona de casa que muito cansada esqueceu-se da boca de gás do fogão aberta?
Então meus caros, atesto que por mim, estes aparatos não são nada além de problema claro que se encontra conforto QUANDO (e somente QUANDO) estes funcionam corretamente. Mas vale a pena viver temendo a cólera dos eletrodomésticos? O que não faria uma batedeira nas mãos erradas?
Podem dizer que é paranóia, minhas opiniões são finais e insolúveis! E me encontro irredutível ao dizer que mesmo a mais singela lâmpada é na verdade o inicio da revolta das máquinas, com seus potenciais sádicos e inconcebíveis. Seus silencio e ausência de uma consciência.
(Neste instante enquanto termino de digitar o texto, meu laptop em um ato de desespero contra a expedição deste aviso tão coerente alertando do perigo que nos cerca desferiu-me um pequeno choque nas mãos, e se isso não servir como prova o suficiente, não sei o que servirá)

...

2 comentários:

um coração sujo de tinta. disse...

tu leu a revoluçao dos bichos? heheh é msm uma bateteira nas mãos erradas,...so pode dar num bolo. nos dois sentidos,...haha

Gustavo disse...

Aqui em Pelotas teve uma guria que tava lavando o chão do apartamento e se apoiou na geladeira, tomou um choque e morreu!

Teve outra que explodiou um botijão de gás e levou a familia inteira.

A televisão lá de casa tentou derreter o meu cérebro... (mas ai já é outra história... ou não O.o)