Ele mora num apartamento de fachada velha
Cheio de velhas, cheias de gatos
Ele anda sempre com uma mochila enorme
Fones nos ouvidos
Ninguém ali sabe seu nome
Ele trabalha numa loja de livros
E nunca fala nada
Conhece de cór a obra de cada um
De seus autores favoritos
Ama aquela loja como quem ama a pessoa amada
De modo um mistico
Toda manhã quando entra
Toma o chimarrão e folheia algum livro velho
De algum poeta velho
Ele escreve também
Mas nunca mostra a ninguém
Escreve pequenos poemas
Numa caderneta amassada que leva no bolso
Quando esta no ônibus ou andando pelas ruas
Ele tem muitos amigos
Que também escrevem pequenos poemas
E andam pelas ruas
E folheiam livros velhos
E amam tão intensamente
Quem nem nas palavras, nem nos poemas
Encontram maneira de expressar
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário