quinta-feira, 15 de abril de 2010

Fenix de couro

São promessas partidas
O peito arfando em agonia
Falta de ar fatalmente planejada
Miasmas e monstros cirurgicos
Dançando sob um céu pesado
Cravejado de anjos caídos
Em tons de cinza e laranja metalico
Armas apontadas, barricadas
Barreiras intransponiveis
Trespassadas por palavras
O circo retorna a cidade
Com os arlequins doentes
Soprando fogo pelas narinas
É a idade do ouro e da prata
De novo e de novo, retorno ao nada
A velhice é um fantasma, cheio de dedos e traumas
Não tem idade e ataca pelas costas
É um vulto escuro de fumaça
E morro pouco a pouco
Por vontade e necessidade
Pra sentir a vida se esvair
Num corrego de pixe negro
Que me brota dos punhos
E minha conciencia navega ilesa
Aqueronte devora minha carne
Duas moedas de cobre
Duas pilulas brancas de alegria
Paraísos artificiais estáticos
Enterraram o demonio do tormento numa cova rasa
E ele retorna a superficie gargalhando e batendo as asas
Com a vóz do trovão e a carne lascerada
Ele ama a dor alheia e dela se alimenta
E cospe palavras ácidas e silencios afiados como navalha
...

3 comentários:

Unknown disse...

oh shit dear

Gustavo disse...

muito abstrato pra mim... mas muitos poetas cutuados o são também... ;)

um coração sujo de tinta. disse...

tem o mesmo fôlego e ritmo do poeta sulfúrico.