Tenho uma casa onde o sol se põe
E outra onde o sol nasce
Uma é povoada por mulheres
Mães, avós, sobrinhas
Esta sempre limpa
Com comida apitando nas panelas
Cheia de chás, santos de gesso e mistérios
A outra é povoada por homens
Pais, avós, primos
Esta sempre a beira do caos
Cheia de bebidas, cigarros e livros
Mulheres simpaticas que flutuam
De cômodo em cômodo tirando o pó
E depois evanescem como areia das mãos
Eu vejo o nascer do sol, deitado numa poltrona
Diante da porta escancarada
Enquanto o mundo dorme
E parto em jornada, bucando o horizonte
Assisto o por do sol
Sentado nas escadas, minhas escadas
E ambos os universos
Colidem em mim
Como em uma fabula
...
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