sábado, 4 de outubro de 2008

L'amour

De um dia para o outro
Concretizou todas aquelas
Inuteis e inumeras tentativas
Se via limpo, sóbreo
Nada além de sangue corria em suas veias
Nem mesmo o alcool
Aquele que fora sempre seu companheiro
Voltou a estudar
Arranjou um emprego como professor
Pensou em todas as pessoas
Que trocou pelos vicios
E sentiu-se só novamente
Não que isso fosse novo
Era um lugar comum
Para o qual retornava
Noite ou outra
-
E numa dessas
Acabou por avistar uma menina
Comum assim como ele
Não era perfeita e esbelta
Tinha uma aparencia inteligente e distante
Nada de sintético ou modelado
E ainda assim, tão bonita
E sentiu despertar derrepente
Algo a tempos perdido
Apaixonou-se instantâneamente
Sentado naquele banco de praça
Comendo o sanduíche
Que substituia o seu almoço
E mesmo notando suas resoluções
Renegando essa paixão recem descoberta
Permitiu-se a indulgencia de ama-la
Naquele isntante
Ama-la com os olhos simplesmente
Ela sentava num banco frente ao seu
Lia um livro saboreando-o
Logo se levantou e foi-se embora
Sem sequer lançar um misero olhar de despedida
-
No dia seguinte ele sentou no banco adjecente
Esperou por ela religiosamente
Ela não veio, ele permaneceu
Imaginando se fora só acaso
Dias depois encontrou-a numa festa
Em meio a amigos
Aproximou-se voraz em desespero
Somente para recuar quando sentiu seu cheiro
Sentiu os dentes trincarem ao mero odor da cocaina
Sentiu o estomago embrulhar ao inalar o odor do alcool
E sentiu o coração encolher, Como uma flor que murcha no inverno
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