terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Escorpião

Ele acorda e da um sorriso
E tem um universo inteiro de coisas
Que eu quase nunca entendo
Ele é um guri, que nem eu
Um guri que usa flanela e calças rasgadas
Um guri que anda de cabeça pra baixo
Ele é dele, e eu sou meu
E é meu melhor animigo
Porque a gente briga,
Briga muito
E nem isso nem nada
Faz a menor diferença
Nada disso é verso ou poema
É um réquiem, trilha sonora
Do sonho de um velho safado
Quem sabe um viajante
Miller entenderia, Kerouac também
Caminhando estrada a fora
Pequeno e maciço
Encontrando encanto
Em escombros abandonados
E se eu peço do jeito certo
Ele ouve Queen
E diz que "gosta de mim"
E que eu já sei disso
Mas eu gosto de ouvir
Por que não posso dizer
Eu gosto de ficar deitado só
Enquanto ele detona punk e magoa
Quarto & casa a fora
Chamam ele de maluco - diariamente
E ele caminha até Córdoba
Pra escapar de algum demônio asteca
Que faz ele ser estúpido e explodir
Quando eu falo algo que quebre a regra
"Regra?"
...
(Pro amigo Henrique Wopala)

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